sábado, 24 de novembro de 2012

“A complexidade de Severo Snape”

Desde a primeira vez que vimos Snape, percebemos um claro ódio que ele sente pelo personagem de Harry. Um ódio que chega a ser até irritante para quem lê os livros. É em Harry Potter e a Pedra Filosofal que somos introduzidos ao professor de Poções que almeja tanto o cargo de Defesa Contra as Artes das Trevas. É também nesse livro que duvidamos pela primeira vez do professor, acreditando que ele era realmente de fato o responsável por todos acontecimentos de Hogwarts. O que não aconteceu. Snape estava protegendo Harry, mas isso não tirou sua desconfiança.
Com um papel menor em Harry Potter e a Câmara Secreta, Snape tem participação no Clube de Duelos, mas continua com a incrível habilidade de infernizar o Harry sempre que possível. Já no terceiro livro, Prisioneiro de Azkaban, ficamos sabendo um pouco mais do passado de Snape na escola. O “Ranhoso”, como costumava ser chamado pelo grupo de amigos denominados Marotos, estudou com o Tiago, Sirius, Lupin, Pedro Pettigrew e consequentemente Lílian. É no terceiro livro que também descobrimos que Tiago Potter salvou sua vida, fato este mencionado nos capítulos finais de Pedra Filosofal por Dumbledore, após os acontecimentos no alçapão.
Snape iria de encontro ao personagem de Remo Lupin durante sua transição para Lobisomem na casa dos Gritos. Ao perceber que o professor corria perigo, Tiago o alertou. Snape sempre acreditou que foi arrependimento e medo de ser expulso que fez com que Tiago mudasse de ideia e não o contrário, como ainda sim acredita o professor Alvo Dumbledore. Snape foi um Comensal da Morte, conta o livro Harry Potter e o Cálice de fogo. Mesmo com a confirmação, Dumbledore deixa claro que Snape agora era um espião, deixando seu lado das trevas no passado.

Snape tem novidades para a Ordem e diversas discussões com Sirius no Largo Grimmauld em a Ordem da Fênix e mesmo com todas as incertezas, Harry se mostra mais uma vez enganado ao acreditar que Snape não contou para Ordem sobre seu medo em relação à Sirius, o que também é desmentido por Alvo Dumbledore. Snape também ensina Oclumência para Harry e é nesse livro que vemos Lilían protegendo Severo e ele a chamando de “Sangue ruim” em um acesso de fúria pela humilhação que estava sofrendo.
Em Harry Potter e o Enigma do Príncipe, temos uma cena que provavelmente mudou o pensamento de muitos fãs. O voto perpétuo que Snape faz com Narcisa Malfoy. Estaria realmente o professor de Poções do lado das Trevas? Essa dúvida só aumentou no final do livro quando o professor mata Alvo Dumbledore na frente de Harry. Além de matar, ainda confirma ser o Príncipe Mestiço. De acordo com a própria autora J.K Rowling, após a morte do diretor,  foi um momento que a relação entre Snape e Harry foi de mais ódio que Harry e Voldemort.

O ódio de Harry crescera, A grande dúvida quando Harry Potter e as Relíquias da Morte chegava às prateleiras do mundo todo: “Snape: Vilão ou Herói?” e o que mais esse tão complexo personagem viria a mostrar? Sendo diretor de Hogwarts e pouco citado no começo do sétimo livro, ficamos sabendo dos melhores momentos do personagem durante os anos anteriores. Foi Snape que contou à Voldemort do começo da profecia, mesmo não sabendo que se referia à Harry. Depois da morte de Lílian, Snape, sentindo-se culpado, jurou proteger Harry. Em um dos momentos mais marcantes da série, descobrimos o amor que Snape sentiu pela Lílian. Um amor tão forte que fez seu patrono ser o mesmo que o dela, que fez com que nenhuma outra mulher fosse capaz de causar nele o que Lílian causou. Ficamos sabendo da amizade que ele teve com a jovem e o distanciamento com os anos devido suas más companhias, diga-se Comensais da Morte durante sua época em Hogwarts. Suas últimas palavras: “Olhe para mim” demonstram esse amor.
“Depois de todo esse tempo?”, “Sempre”. São muitos os fãs que admiram o amor que o personagem sempre sentiu por Lílian. Amor esse que sempre demonstrou algo difícil de encontrar nos dias de hoje: fidelidade. O personagem de Snape pensou na mulher de sua vida em seu último segundo de vida. Snape nunca teve a chance dele de fato, mas como todo ser humano e como o próprio Dumbledore nos ensinou em Pedra Filosofal, “O problema é que os seres humanos têm o condão de escolher exatamente aquilo que é pior para eles”, Snape fez sua escolha. Ficou amigo das pessoas erradas. Humilhado na escola por um grupo de garotos que faziam isso apenas para se divertir, o jovem personagem se viu perdido. Um pequeno acesso de fúria trouxe a tona o que talvez as amizades recentes haviam criado dentro dele: o ódio. A desilusão fez com que Snape se afastasse e ficasse cada vez mais próximo das trevas, mas algo dentro dele continuou.

“Todos nós temos trevas e luz dentro de nós, o que importa é em qual lado decidimos agir” foi o que Sirius nos ensinou. E é exatamente o que Snape fez, manteve o seu melhor lado guardado, mesmo insistindo em esconder. O amor que sentia pela Lílian sempre ficou junto dele. Isso não era motivo para atrapalhar o casamento de Lílian e Tiago, mas era motivo para dar forças para o personagem. Manter algo dentro dele sempre aceso, fazer com que o amor vencesse o mal. E no caso dele, talvez o de não ir para o lado das Trevas. Foi o amor de Lílian que fez com que Snape se tornasse o que é. Foi o amor tão ensinado pela própria J.K Rowling. A amor venceu.
Com erros e acertos, Snape construiu um legado na série Harry Potter. Foi um personagem complexo desde sua primeira aparição até sua última homenagem, feita por Harry. Alvo “Severo” é a prova que Harry perdoou Snape, e mais, admitiu para si mesmo a coragem de um homem que lutou até o último suspiro de vida por um amor que nunca chegou a acontecer. Que protegeu aborreceu, foi bravo, foi insuportável, mas que foi fiel: à Dumbledore, à Lílian e ao Harry. A complexidade de Snape enche os olhos dos fãs de lágrimas, sim, depois de todo esse tempo.

Fonte: http://www.oclumencia.com.br/ 



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